2025-11-19 10:07:19.0
Pesquisa da UFSCar investiga atendimentos pedagógicos durante internações
Estudo convida para participação pessoas que receberam atendimentos pedagógicos em classes hospitalares durante internações por doenças crônicas
Um estudo na área da Educação Especial da Universidade Federal de são Carlos (UFSCar) quer saber como as pessoas que, durante a infância ou a adolescência, passaram por tratamentos de uma doença crônica, relatam os atendimentos pedagógicos em classes hospitalares. Além disso, o trabalho investiga se esse atendimento recebido nas classes hospitalares influenciou a trajetória e a vida escolar destas pessoas. Para isso, está convidando voluntários para entrevistas no formato remoto.
"A classe hospitalar é o atendimento pedagógico realizado dentro dos espaços de saúde (ex.: hospitais) junto a estudantes que, por causa de sua condição clínica ou das necessidades do tratamento, não conseguem frequentar a escola regular, seja em caráter temporário ou permanente", define a responsável pela pesquisa, Ana Elisa Peixoto Scavacini Machado, mestranda do Programa de Pós-Graduação em Educação Especial (PPGEEs) da UFSCar.
A pesquisadora explica, ainda, que as doenças crônicas - consideradas no histórico dos voluntários do estudo - "são enfermidades que costumam ter um prognóstico incerto e, muitas vezes, acabam levando a sucessivas internações. Assim, os cuidados junto à saúde demandam diferentes tipos de intervenções, que promovem desde mudanças no estilo de vida até a privação do convívio familiar. No caso de crianças e adolescentes, a hospitalização também os afasta do ambiente escolar, que é imprescindível tanto para o aprendizado de habilidades cognitivas quanto para o estabelecimento de diversos elos sociais".
Importância das atividades pedagógicas em internações
Segundo a mestranda da UFSCar, pesquisas apontam que estudantes hospitalizados, cujos processos educativos são interrompidos correm maior risco de reprovação e evasão, levando, inclusive, a um quadro de fracasso escolar. "Porém, quando participam de atividades pedagógicas durante o período de adoecimento e tratamento hospitalar, as crianças e adolescentes são incentivados a buscar a escola regular após a alta do hospital e o afastamento prolongado da escola tende a causar menos prejuízos, uma vez que estarão mais preparados para a retomada de sua escolarização".
Com a investigação, ela espera "identificar os valores atribuídos às atividades pedagógicas realizadas nas classes hospitalares, os quais podem se manifestar tanto em uma dimensão pedagógica, ao promoverem a continuidade do processo de aprendizagem e contribuírem para a posterior reinserção do paciente-aluno à escola regular, quanto em uma dimensão psicológica, ao proporcionarem momentos de descontração e interação, essenciais ao desenvolvimento humano".
Além disso, "somando a outras pesquisas já desenvolvidas nesta temática, o trabalho busca contribuir junto às reflexões acerca da importância de se garantir a oferta do serviço de classes hospitalares em todos os hospitais que disponham de internações pediátricas", avalia.
Participação
Podem participar do estudo pessoas com mais de 18 anos, de todo o País, que tenham passado por uma condição de doença crônica durante a infância ou a adolescência e que tenham, por isso, recebido atendimento pedagógico em classes hospitalares no decorrer da(s) internação(ões). Os interessados podem contatar a pesquisadora Ana Elisa Peixoto Scavacini Machado pelo WhatsApp (11) 99800-5514 ou pelo e-mail aepsmachado@estudante.ufscar.br.
Após a manifestação do interesse, a pesquisadora marcará dia e horário compatível com a disponibilidade de cada participante para conversar sobre o desenvolvimento da pesquisa e solicitar a colaboração voluntária. Dispondo do consentimento, serão realizadas entrevistas individualmente, em dia e horário indicados pelos próprios participantes, que poderão ser feitas online, pelo Google Meet.
O estudo "Reverberações das classes hospitalares nas histórias de vida de pessoas com doença crônica" tem orientação da professora Adriana Garcia Gonçalves, do Programa de Pós-Graduação em Educação Especial (PPGEEs). Projeto aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da UFSCar (CAAE: 90878025.6.0000.5504).
Contato para esta matéria:
Denise Britto Telefone: (16) 33066779
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