2025-11-24 10:15:21.0
Pesquisa da UFSCar investiga câncer infantil e resiliência
Estudo convida voluntários que tenham passado por internação por câncer na infância para participação online
Um estudo na área de Psicologia da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) está buscando compreender os processos de resiliência em crianças hospitalizadas devido a um câncer, o que favorece ou dificulta esses processos, assim como suas repercussões na vida adulta. A expectativa é de que o trabalho possa auxiliar a prática clínica a reduzir o sofrimento das crianças durante o processo de tratamento e internações, assim como mitigar consequências posteriores na vida adulta.
"O tratamento do câncer infantil enfrenta vários obstáculos importantes", explica a doutoranda do Programa de Pós-Graduação em Psicologia (PPGPsi) da UFSCar, Viviana Lanfranchi Santos, responsável pela pesquisa. "Muitas crianças ainda são diagnosticadas tarde demais, pois os sintomas se confundem com doenças comuns e faltam especialistas em diversas regiões. O acesso ao tratamento é desigual, prejudicando principalmente quem mora longe dos grandes centros ou em áreas pobres. Os procedimentos são agressivos e provocam efeitos colaterais que causam muito sofrimento físico e emocional. As longas internações afastam as crianças da escola e dos amigos, gerando ansiedade, medo e isolamento. As famílias também sofrem intensamente e nem sempre recebem o suporte necessário para lidar com a situação. Além disso, as diferenças nas taxas de cura entre regiões mostram que é urgente melhorar as políticas públicas para garantir que todas as crianças tenham acesso a um tratamento de qualidade", alerta. Segundo a pesquisadora da UFSCar, o câncer infantil e seu tratamento geram consequências que podem se estender por toda a vida adulta dos sobreviventes.
Participação online
Para compreender os processos de resiliência de crianças que passaram por internações por câncer e os efeitos dessa experiência, o estudo convida participantes adultos que foram diagnosticados com câncer na infância - entre 7 e 12 anos-, foram hospitalizados durante o tratamento e que tenham finalizado o tratamento há, no máximo, 20 anos.
A pesquisa será feita de forma online, a partir de entrevistas, em dois a três encontros, de acordo com a disponibilidade dos participantes. Os voluntários podem manifestar interesse em participar através do formulário disponível em https://forms.gle/szJFvPUU1tBH32Yg6. Dúvidas podem ser esclarecidas com a pesquisadora responsável pelo e-mail vivianals@estudante.ufscar.br.
O estudo
O trabalho tem orientação do professor Alex Sandro Gomes Pessoa, do Departamento de Psicologia (DPsi) da UFSCar, e coorientação do psicólogo do Setor de Oncologia e Hematologia Pediátrica do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (USP), Nichollas Martins Areco. Projeto aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da UFSCar (CAAE: 80808324.5.0000.5504).
Contato para esta matéria:
Denise Britto Telefone: (16) 33066779
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