2025-11-17 13:23:49.0

Pesquisa revela padrões de canibalismo em serpentes

Estudo aponta que comportamento canibal é mais comum entre serpentes do que se pensava

Um estudo conduzido por pesquisadores da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) revelou que o canibalismo entre serpentes é muito mais comum do que se imaginava. A partir de uma ampla revisão da literatura científica, foram identificados mais de 450 registros do comportamento, envolvendo 185 espécies de diferentes famílias. A análise filogenética realizada pelos autores mostrou ainda que o comportamento surgiu ao menos dez vezes ao longo da história evolutiva desses répteis.
O artigo, publicado no periódico britânico Biological Reviews - um dos mais prestigiados do mundo na área de Ciências Biológicas -, é fruto do Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) da bióloga Bruna Falcão, egressa do Campus Lagoa do Sino da UFSCar, sob orientação do professor Vinícius São Pedro, do Centro de Ciências da Natureza (CCN). Atualmente, Falcão é mestranda no Programa de Pós-Graduação em Recursos Florestais da Escola Superior de Agricultura "Luiz de Queiroz" da Universidade de São Paulo (Esalq/USP).
Segundo os pesquisadores, o canibalismo em serpentes - antes conhecido apenas por relatos pontuais - ocorre tanto na natureza quanto em cativeiro e pode estar relacionado a estratégias oportunistas de sobrevivência. O comportamento pode beneficiar o indivíduo canibal em diferentes contextos, como logo após o nascimento, após combates reprodutivos ou pós-cópula.
A investigação também aponta que a especialização alimentar de alguns grupos, especialmente naquelas espécies com maior capacidade de abertura da boca para engolir presas de grande porte, favorece a ocorrência do comportamento. "Os dados mostram que o canibalismo não é uma anomalia, mas uma estratégia ecológica recorrente na história das serpentes", explica o professor Vinícius São Pedro.
O estudo reforça a importância de revisões abrangentes na literatura científica para compreender a diversidade de comportamentos na natureza e lança novas luzes sobre os mecanismos evolutivos que moldaram a ecologia e a alimentação das serpentes. O artigo pode ser acessado em https://bit.ly/artigo_serpente.
Contato para esta matéria: João Eduardo Justi  Telefone: (16) 981587168  
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