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ENEM no vestibular da UFSCar

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Texto na íntegra:

A maior novidade para os estudantes que estão se preparando para o vestibular desse ano é a reformulação do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Além da mudança no formato da prova, ele será adotado como processo seletivo para o ingresso em 59 Universidades Federais no Brasil.

O Enem foi criado em 1998 pelo Ministério da Educação (MEC) com o objetivo de avaliar o desempenho dos estudantes de ensino médio. A partir de 2004, também foi utilizado como critério de avaliação para o Programa Universidade para Todos (ProUni).

Até 2008, a prova era constituída por 68 questões interdisciplinares e uma redação, além de ser realizada em um único dia. Com a mudança, o exame será dividido em quatro áreas do conhecimento ? linguagens e códigos, ciências humanas, ciências da natureza e matemática ? com 45 questões em cada grupo, mais a redação. Devido ao aumento do número de questões, a avaliação será feita em dois dias.

De acordo com o MEC, a mudança buscará centralizar os processos seletivos e proporcionar a reformulação do currículo do ensino médio, com uma formação mais voltada para a solução de problemas. Segundo Reginaldo Calvo, professor de matemática da Escola Estadual ?Professor Arlindo Bittencourt?, em São Carlos (SP), ela é positiva, pois um maior número de questões proporciona uma avaliação mais abrangente e detalhada das competências e habilidades dos alunos. ?A nova fórmula de cálculo da pontuação também me parece mais justa, no sentido de que determinadas questões terão peso maior que outras?, entende.

A Pró-Reitora de Graduação da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), Emília Freitas de Lima, entende que uma das vantagens desse novo modelo é a contextualização do conteúdo, de forma que todas as competências avaliadas estejam relacionadas entre si. ?Essa nova perspectiva pode contribuir também para a melhora do ensino nas escolas públicas?, explica.

Discussão

Com essa nova medida, o MEC pretende estabelecer um sistema unificado de avaliação para o ingresso nas universidades publicas, eliminando as provas do vestibular. Entre os estudantes de ensino médio as opiniões são diversas. ?Embora esteja com um maior número de questões e exigências, a prova não é suficiente para avaliar o conhecimento aluno?, diz Mayara Soler Ramos Mazak, aluna do 2º ano da Escola Estadual ?Sebastião de Oliveira Rocha?, em São Carlos. ?Em um vestibular tradicional as questões tem um nível maior de dificuldade e exigem do candidato um conhecimento mais amplo?, acrescenta.

Especialistas em educação e professores apontam vantagens e desvatagens no novo Enem. Para Calvo, a substituição do vestibular pelo exame é uma maneira de democratizar o acesso ao ensino superior para uma maior parte da população. ?O vestibular, além de privilegiar a memorização do conteúdo, favorece categorias sociais que possuem um capital cultural maior do que outras?, aponta. ?E, infelizmente, no Brasil, o capital cultural é determinado pelo capital social?, lamenta.

Para o professor do Departamento de Educação (DEd) da UFSCar, José Carlos Rothen, a utilização do exame como prova única é um equivoco e pode causar algumas consequências negativas. ?Com a unificação do currículo do Ensino Médio, os alunos das regiões menos desenvolvidas, que tradicionalmente tem um desempenho menor no Enem, ?perderão? vagas para os das mais desenvolvidas,? aponta. ?É possível que tenhamos que criar cotas para essas áreas?, prevê Rothen.

Para ambos os docentes, tanto o da escola quanto o universitário, para que o ensino esteja compatível com as novas exigências, é necessário que se realizem algumas mudanças curriculares significativas ?Elas necessitam rever os conceitos pedagógicos e os modelos estabelecidos. Por outro lado, as universidades, formadoras de professores, também deveriam se adequar a essas novas tendências?, analisa Calvo. ?O Ensino Médio é um dos grandes gargalos que excluem parte significativa da população e é necessário alterá-lo. É de fundamental importância formar os professores que irão trabalhar conteúdos de forma integrada?, complementa Rothen.

Em São Carlos

Desde a implementação do Enem, algumas instituições o utilizam como parte da composição da nota do vestibular. Mesmo com a reformulação, as Universidades Federais continuarão com autonomia para aderir ao exame de acordo com suas propostas. Em São Carlos, a UFSCar passará a utilizar o exame no processo seletivo de 2010 para os cursos de graduação presenciais. ?O exame representará 50% da nota final do candidato.?, explica a Pró-reitora.

Em reunião, o Conselho Universitário (Consuni) decidiu que a Federal de São Carlos não deixará de realizar seu vestibular. ?Essa é uma medida que deve ser avaliada para o futuro, de acordo com os resultados obtidos?, explica Emília. Dessa forma, a nota final do candidato será composta pelo Enem e pelas provas realizadas pela universidade, que corresponderá a outra metade da pontuação.

A Pró-Reitora afirma que os que pretendem prestar o vestibular da UFSCar a partir de 2009 devem obrigatoriamente realizar o exame. ?As notas dos exames anteriores não serão consideradas?, alerta. ?Lembrando também que mesmo participando do Enem, os candidatos têm que se inscreverem no vestibular da universidade?.

As inscrições para o Enem 2009 poderão ser feitas até o dia 17 de julho exclusivamente pelo site http://enem.inep.gov.br/inscricao. O valor da taxa de inscrição é de R$ 35,00. Serão isentos os estudantes de ensino médio matriculados em instituições publicas de ensino.

Gênero:

Matéria

Classificação:

UFSCar

Sub-classificações:

SiSU

Autor:

Rodrigo Cabrera
José Carlos Rothen
Emília Freitas de Lima

Palavras-chave:

Enem; Novo; Vestibular; Unificado; Democratização;

URL:

http://agenciacienciaweb.wordpress.com/2009/06/25/proposta-de-novo-enem-e-unificacao-do-vestibular/#more-583

Release:

ENEM no vestibular da UFSCar

Proposta de novo Enem é unificação do vestibular

Exame é ampliado e agora pode fazer com que aluno ingresse na universidade

Agência Ciência Web São Carlos-SP em 2009-06-25 00:00:00.0

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