Clipping

Texto na íntegra:

 Aos 18 anos, Pedro Calil já está concluindo o primeiro ano de engenharia aeronáutica na Universidade de São Paulo (USP). Aprovado em quinto lugar na Fuvest, ele também conquistou vagas em engenharia eletrônica, na Universidade Federal de São Carlos (Ufscar), e engenharia mecânica, na Universidade Federal de Uberlândia (UFU), graças à pontuação no Enem 2014.

Nascido em Ituiutaba (MG), Calil conta que deixou a família e se mudou com dois amigos para Ribeirão Preto (SP) quando ainda tinha 15 anos, porque queria se dedicar mais aos estudos e alcançar o sonho de ser aprovado em uma universidade pública.

"Eu quase não via meus pais, porque era muito complicado voltar pra minha cidade. Só tinha um ônibus em horário ruim e demorava muito. Então eu voltava só quando tinha feriado prolongado. Mas valeu a pena. A diferença foi muito grande. O clima da escola era outro, focado no vestibular, enquanto na minha cidade ninguém tem essa mentalidade", ressalta.

A partir daí, a rotina mudou completamente. O adolescente, apaixonado por jogos de videogame, precisou deixar o hobby de lado e passou a ficar 13 horas por dia debruçado sobre os livros. Como resultado, conquistou a segunda maior nota em matemática no Enem, entre os alunos do colégio: 956,7 – a escala vai de zero a mil. A nota geral dele foi 810.

“Só não estudava aos finais de semana porque eu ficava muito estressado, cansava demais. No sábado, a gente saía para descansar mesmo, distrair a cabeça”, afirma o universitário, destacando que a prática diária de exercícios foi importante para que fixasse o conteúdo, mais até do que o estudo isolado da teoria.

“Eu procurava fazer o maior número possível de exercícios, para poder aprender. Eu acho que essa é a melhor forma de estudar. Chega uma hora, que você faz tantos exercícios, que quando chega ao vestibular, você não se surpreende. Um ou outro exercício vai ser parecido com o que você estudou”, afirma.

Disciplina e organização
O professor de biologia Fernando Roma explica que a dedicação exclusiva aos estudos é uma estratégia fundamental para quem pretende alcançar os primeiros lugares nos principais vestibulares do país. Para isso, destaca que ter disciplina e ser organizado é o primeiro passo.

Roma leciona há 10 anos no Seb Coc, onde Calil estudou. O colégio ocupa o 18º lugar entre as escolas brasileiras com as maiores médias nas provas objetivas do Enem 2014, segundo o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep). No ranking estadual, a escola aparece em 4º lugar, e é a primeira da cidade, com média de 701,70 pontos.

“O clima da escola é favorável aos estudos, porque aqui é um lugar para isso, não é um clube. Então, a questão da ordem, cobrança de uniforme, cumprimento de horários, faz diferença. O aluno, às vezes, fica revoltado, rebelde, mas acaba entendendo. A disciplina acaba alavancando até mesmo os alunos que estão desanimados”, diz.
 O professor conta que os alunos do chamado “ensino médio super”, uma das modalidades de matrícula, chegam a ficar oito horas e meia dentro do colégio, de segunda a quinta-feira. Às sextas, os estudantes são submetidos a um simulado, uma prova contendo questões semelhantes às aplicadas nos vestibulares.

“Isso ajuda o aluno a ter uma noção da situação dele. O aluno entra no esquema de ter que estudar, ter um bom desempenho, para ter sucesso. Sem contar que os simulados vão norteando os estudos, onde precisa melhorar”, diz Roma.

O professor destaca ainda que a infraestrutura, como a utilização de recursos audiovisuais, é uma importante aliada no ensino, mas as estratégias de aula e a proximidade dos professores com os alunos fazem muita diferença.

“É vivenciar a realidade do aluno. A gente faz os vestibulares para entender como é a prova, o que eles sentem, quais são as condições a que eles são submetidos. Na hora em que eles saem do colégio, lembram de cada um dos professores, cada bordão, cada aula. Essa identidade é muito importante”, afirma.

 Melhores colégios
Além do Seb Coc, se destacam na lista das escolas de Ribeirão Preto com as maiores médias na prova objetiva do Enem o Colégio da Fundação Armando Álvares Penteado (Faap), com nota 642,60, e o Colégio Einstein, com 642,33 pontos.

Em 32º no ranking municipal, a Escola Estadual Cônego Barros aparece como a unidade da rede pública com melhor desempenho, com nota média de 520,81. Em seguida, ainda entre as escolas públicas, estão a Escola Estadual Professor Cid de Oliveira Leite, com 520,19 pontos, e Escola Estadual Professor Walter Ferreira, com 515,95.

O único colégio municipal que atende alunos do ensino médio em Ribeirão, a Escola Municipal de Ensino Fundamental e Médio Dom Luis Amaral Mousinho, obteve nota média de 514,79 na prova objetiva, ocupando o 36º lugar na lista local.

Gênero:

Matéria

Classificação:

UFSCar

Sub-classificações:

SiSU UFSCar - campus São Carlos

Autor:

Adriano Oliveira

Coautor:

Amanda Pioli

Palavras-chave:

Estudo;vagas;ENEM;rotina de estudos;Fuvest

URL:

http://g1.globo.com/sp/ribeirao-preto-franca/noticia/2015/08/jovem-estuda-13-horas-por-dia-e-garante-vaga-em-2-federais-pelo-enem.html

Jovem estuda 13 horas por dia e garante vaga em 2 federais pelo Enem

Mineiro também foi aprovado pela USP e cursa engenharia aeronáutica. Ele estudou em escola que é a 18ª entre maiores médias na prova objetiva.

G1 São Carlos-SP em 2015-08-07 00:00:00.01970-01-01 07:07:00.0

Texto na íntegra:	Aos 18 anos, Pedro Calil já está concluindo o primeiro ano de engenharia aeronáutica na Universidade de São Paulo (USP). Aprovado em quinto lugar na Fuvest, ele também conquistou vagas em engenharia eletrônica, na Universidade Federal de São Carlos (Ufscar), e engenharia mecânica, na Universidade Federal de Uberlândia (UFU), graças à pontuação no Enem 2014. Nascido em Ituiutaba (MG), Calil conta que deixou a família e se mudou com dois amigos para Ribeirão Preto (SP) quando ainda tinha 15 anos, porque queria se dedicar mais aos estudos e alcançar o sonho de ser aprovado em uma universidade pública. "Eu quase não via meus pais, porque era muito complicado voltar pra minha cidade. Só tinha um ônibus em horário ruim e demorava muito. Então eu voltava só quando tinha feriado prolongado. Mas valeu a pena. A diferença foi muito grande. O clima da escola era outro, focado no vestibular, enquanto na minha cidade ninguém tem essa mentalidade", ressalta. A partir daí, a rotina mudou completamente. O adolescente, apaixonado por jogos de videogame, precisou deixar o hobby de lado e passou a ficar 13 horas por dia debruçado sobre os livros. Como resultado, conquistou a segunda maior nota em matemática no Enem, entre os alunos do colégio: 956,7 – a escala vai de zero a mil. A nota geral dele foi 810. “Só não estudava aos finais de semana porque eu ficava muito estressado, cansava demais. No sábado, a gente saía para descansar mesmo, distrair a cabeça”, afirma o universitário, destacando que a prática diária de exercícios foi importante para que fixasse o conteúdo, mais até do que o estudo isolado da teoria. “Eu procurava fazer o maior número possível de exercícios, para poder aprender. Eu acho que essa é a melhor forma de estudar. Chega uma hora, que você faz tantos exercícios, que quando chega ao vestibular, você não se surpreende. Um ou outro exercício vai ser parecido com o que você estudou”, afirma. Disciplina e organização O professor de biologia Fernando Roma explica que a dedicação exclusiva aos estudos é uma estratégia fundamental para quem pretende alcançar os primeiros lugares nos principais vestibulares do país. Para isso, destaca que ter disciplina e ser organizado é o primeiro passo. Roma leciona há 10 anos no Seb Coc, onde Calil estudou. O colégio ocupa o 18º lugar entre as escolas brasileiras com as maiores médias nas provas objetivas do Enem 2014, segundo o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep). No ranking estadual, a escola aparece em 4º lugar, e é a primeira da cidade, com média de 701,70 pontos. “O clima da escola é favorável aos estudos, porque aqui é um lugar para isso, não é um clube. Então, a questão da ordem, cobrança de uniforme, cumprimento de horários, faz diferença. O aluno, às vezes, fica revoltado, rebelde, mas acaba entendendo. A disciplina acaba alavancando até mesmo os alunos que estão desanimados”, diz. O professor conta que os alunos do chamado “ensino médio super”, uma das modalidades de matrícula, chegam a ficar oito horas e meia dentro do colégio, de segunda a quinta-feira. Às sextas, os estudantes são submetidos a um simulado, uma prova contendo questões semelhantes às aplicadas nos vestibulares. “Isso ajuda o aluno a ter uma noção da situação dele. O aluno entra no esquema de ter que estudar, ter um bom desempenho, para ter sucesso. Sem contar que os simulados vão norteando os estudos, onde precisa melhorar”, diz Roma. O professor destaca ainda que a infraestrutura, como a utilização de recursos audiovisuais, é uma importante aliada no ensino, mas as estratégias de aula e a proximidade dos professores com os alunos fazem muita diferença. “É vivenciar a realidade do aluno. A gente faz os vestibulares para entender como é a prova, o que eles sentem, quais são as condições a que eles são submetidos. Na hora em que eles saem do colégio, lembram de cada um dos professores, cada bordão, cada aula. Essa identidade é muito importante”, afirma. Melhores colégios Além do Seb Coc, se destacam na lista das escolas de Ribeirão Preto com as maiores médias na prova objetiva do Enem o Colégio da Fundação Armando Álvares Penteado (Faap), com nota 642,60, e o Colégio Einstein, com 642,33 pontos. Em 32º no ranking municipal, a Escola Estadual Cônego Barros aparece como a unidade da rede pública com melhor desempenho, com nota média de 520,81. Em seguida, ainda entre as escolas públicas, estão a Escola Estadual Professor Cid de Oliveira Leite, com 520,19 pontos, e Escola Estadual Professor Walter Ferreira, com 515,95. O único colégio municipal que atende alunos do ensino médio em Ribeirão, a Escola Municipal de Ensino Fundamental e Médio Dom Luis Amaral Mousinho, obteve nota média de 514,79 na prova objetiva, ocupando o 36º lugar na lista local.
Gênero:	Matéria
Classificação:	UFSCar
Sub-classificações:	SiSU UFSCar - campus São Carlos
Autor:	Adriano Oliveira
Coautor:	Amanda Pioli
Palavras-chave:	Estudo;vagas;ENEM;rotina de estudos;Fuvest
URL:	http://g1.globo.com/sp/ribeirao-preto-franca/noticia/2015/08/jovem-estuda-13-horas-por-dia-e-garante-vaga-em-2-federais-pelo-enem.html