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Caderno:

São Carlos

Texto na íntegra:

Demorou perto de seis anos para que o professor Juliano José Corbi, do Departamento de Hidráulica e Saneamento (SHS) da Escola de Engenharia de São Carlos (EESC) da USP, tivesse a certeza que tinha encontrado uma nova espécie de inseto.

A descoberta, além de enriquecer o conhecimento sobre as espécies que vivem no Brasil, deu oportunidade ao professor de “batizar” o inseto com seu sobrenome, em homenagem ao trabalho pioneiro na captação do organismo e a criação em laboratório.

Pertencente à família Chironomidae, o inseto é semelhante a um pernilongo e recebeu o nome de MetapelopiaCorbii, sendo de ocorrência comum em beira de rios, córregos e lagos. Esta é a segunda vez que ele encontra uma nova espécie e origina o nome dela. Em 2007, o mosquito ParatanytarsusCorbii, também da família Chironomidae, foi encontrado pelo professor durante pesquisas em campo.

Corbi disse que a descoberta ocorreu por acaso, o foco de sua pesquisa, quando ainda fazia o doutorado em biologia na Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), eram insetos invertebrados aquáticos. “A gente sabe que em locais onde a natureza é bem preservada a probabilidade de encontrar novos organismos é grande”, explicou.

Ele encontrou os ovos do mosquito retidos na rede de coleta, em 2006, quando o pesquisador realizava um trabalho no córrego Fazzari, localizado em meio à vegetação do cerrado da UFSCar.

Interessado em criar organismos em laboratório para estudos e aulas, o professor decidiu levar os ovos encontrados com a intenção de obter o inseto adulto e, dessa forma, viabilizar a sua identificação. “Quando os ovos ficaram na rede, não tinha ideia de que se tratava de uma nova descoberta”, explicou.

O professor cuidou e alimentou a espécie até chegar à fase adulta, passando pelos ciclos de larva e pupa. Corbi criou no laboratório um ambiente próximo ao da natureza onde o inseto foi coletado. Tratou as larvas com comida de peixe – carboidratos – dando a oportunidade do processo reprodutivo passar pelos três ciclos do ovo até transformar-se em mosquito.

O professor explicou que, por ser um ambiente semelhante e não idêntico, a transformação da larva em mosquito demorou perto de 60 dias. Ele disse acreditar que alguns fatores retardaram o processo que é mais rápido na natureza.

Ao final do ciclo, o professor entregou o mosquito a três pesquisadores especializados em taxonomia, para realizarem a descrição e a classificação da espécie. A publicação da descoberta foi avaliada e aceita por estudiosos pela revista científica internacional EDP Sciences.

Um exemplar do mosquito está depositado na coleção entomológica do Laboratório de Entomologia Aquática da UFSCar.

Corbi atualmente atua como professor e pesquisador no Departamento de Hidráulica e Saneamento (SHS) da Escola de Engenharia de São Carlos (EESC) da USP.

Gênero:

Matéria

Classificação:

UFSCar

Sub-classificações:

Citações Alunos ou Ex-alunos

Autor:

Hever Costa Lima

Palavras-chave:

Espécie; Inseto; Chironomidae; Metapelopia Corbii; Biologia; Entomologia;

Nova espécie de inseto recebe nome em homenagem a professor da USP

A descoberta enriquece o conhecimento sobre as espécies que vivem no Brasil e já consta como item no Laboratório de Entomologia Aquática

Primeira Página São Carlos-SP em 2014-04-15 00:00:00.0 edição 6.940