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'O que aconteceu vai ficar sem punição, pobre não tem vez'. Esse é o desabafo do pai do estudante morto durante uma festa da Taça Universitária de São Carlos (Tusca), em 2011. O processo foi arquivado no fim de outubro deste ano e nenhum dos indiciados responderá pelo acidente que matou Bruno Henrique de Oliveira. "A gente fica até sem ação", disse o pedreiro Antonio Marcos de Oliveira, em entrevista ao G1.

Responsáveis pela organização da festa, os estudantes Renato Dantonio Paciência, representante da Atlética da Universidade de São Paulo (USP), e Flávia Renata Pinho de Lima, representante da Atlética da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), foram indiciados por homicídio culposo, quando não há intenção de matar. O dono do caminhão e o motorista também foram responsabilizados pelo acidente. Mas o Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo (TJ-SP) determinou o trancamento do processo crime por falta de provas que comprovem uma 'justa causa'.

Segundo o entendimento do TJ, os denunciados não tiveram culpa. "Na qualidade de presidentes das atléticas eles adotaram todos os cuidados necessários para realizar o evento", explicou a advogada Maria Cláudia de Seixas, que defende os dois estudantes. Segundo ela, criminalmente os indiciados não respondem a nada. "O que ocorreu foi uma fatalidade", completou.

Tristeza

Para o pai do estudante, a Justiça falhou ao arquivar o processo. "Eles mereciam ser punidos, mas não deu em nada, a gente vai fazer o quê?", questionou.
O advogado do pedreiro, Cleonir Tabajara dos Santos, disse que não há o que ser feito. A família não pretende tomar qualquer atitude em relação ao caso.

"Por enquanto não penso em nada. Dinheiro não vai trazer ele de volta. Vou continuar a vida, entregar nas mãos de Deus e esperar a Justiça dele", disse o pai.

Segundo Oliveira, Bruno era um jovem alegre, bom filho e sempre gostou de estudar. "Ele trabalhava comigo e me ajudava bastante. Foi uma fatalidade, a gente perdeu tudo, não tem mais o que fazer", afirmou.

Caso

O estudante, que na época tinha 23 anos, morreu após ser atropelado por um caminhão carregado com cervejas da Tusca durante o trajeto de um trio elétrico, conhecido como Corso. Na ocasião, testemunhas relataram que o veículo passou em cima da cabeça da vítima, que chegou a ser socorrida, mas não resistiu aos ferimentos. O irmão do estudante disse à polícia que ele teria se envolvido em uma briga, levado um soco e caído embaixo do caminhão.

Três dias após a morte, o então prefeito na ocasião, Oswaldo Barba (PT), determinou a proibição do Corso. A decisão foi tomada depois de uma reunião com secretários municipais e diante do apelo de parte da população, que há anos critica a festa.

Por conta dos acidentes, a Prefeitura proibiu a realização da festa de rua na cidade. Após o ocorrido, a Câmara Municipal de São Carlos aprovou a revogação da lei nº 15.246 de 8 de abril de 2010, que incluía a Tusca no calendário oficial de eventos do município.

Em 2012, em novo formato, a festa aconteceu em um local fechado e sem o corso. Nenhum incidente foi registrado.

Edição anterior

Em 2010, a festa também foi marcada por uma tragédia. O estudante da USP de São Paulo Ricardo Mitsuo Iawashi, de 21 anos, morreu acidentalmente após participar do Corso. O corpo dele foi encontrado no córrego da Avenida Trabalhador Sãocarlense na manhã do dia 13 de novembro. O atestado de óbito apontou que as causas da morte foram asfixia, afogamento e traumatismo craniano.

Gênero:

Matéria

Classificação:

UFSCar

Sub-classificações:

TUSCA UFSCar - campus São Carlos

Pessoa citada/ entrevistada:

Flávia Renata Pinho de Lima

Palavras-chave:

Processo; TUSCA; Tribunal de Justiça; TJ;

URL:

http://www.portalnews.net.br/policia/9761-justica-arquiva-processo-sobre-morte-na-tusca.html

Justiça arquiva processo sobre morte na Tusca

Portal News São Carlos e Região-SP em 2013-12-09 00:00:00.01970-01-01 10:46:00.0